Estudar o processo da escrita pressupõe a análise da relação estabelecida, social e ideologicamente, do sujeito/aluno com o objeto escrita. Assim, este trabalho teve por objetivo analisar as representações de escrita de um grupo de alunos do Curso de Letras. Essa análise valeu-se da perspectiva interacionista dos estudos da linguagem, de Vygotsky e de Bakhtin. A partir de oficinas para alunos do Curso de Letras, foi oportunizada uma reflexão, via resgate da história da escrita de cada sujeito e construção das representações particulares do escrever. Como resultado das análises, através da história de cada sujeito, aluno do Curso de Letras, fica evidenciado o fato de que, com o passar dos anos escolares, o “desejo” de escrever diminui/desaparece, e o objeto escrita/escrever torna-se obscuro, uma vez que essa atividade passa a ser um processo mecânico, sem significado, sem motivação e sem necessidade na vida do aluno. Os resultados obtidos permitem verificar que, sem intervenção de propostas interacionistas, os futuros professores não conseguirão romper com o modelo da reprodução: “ensino como aprendi”, com isso, perpetuando o ciclo do “desprazer” da escrita.